segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sistemas de Diálise

O que é a Hemodiálise?



A Hemodiálise é um processo de purificação e filtragem de substâncias indesejáveis no sangue (por exemplo a ureia) muito importante para pacientes que sofrem de insuficiência renal aguda ou crónica (cujos os mecanismos excretores renais não funcionam convenientemente, não ocorrendo a expulsão de substancias que se vão acumulando no sangue).
Dos processos de tratamento de pacientes com insuficiência renal este é o mais eficiente (demora 4 horas).

Funcionamento...


O médico realiza um cateter venoso-central (une uma veia e uma artéria do braço), através do qual o sangue é impulsionado por uma bomba até ao mecanismo de filtração, o dialisador. Este é constituído por dois compartimentos. Num circula o sangue, noutro o dialisato (solução de sais minerais como Ca, K, Mg, Cl etc.) em sentidos opostos.

Filtração do sangue...


Em primeiro lugar ocorre a difusão de ureia e potássio para a solução de diálise, em seguida, com o aumento da pressão hidrostática no compartimento sanguíneo, ocorre a passagem do líquido, o qual arrasta consigo alguns solutos (convecção), ocorrendo a retenção de certas substancia na membrana permeável (absorção).


Durante o procedimento, é utilizada a heparina, medicamento cuja função é evitar a coagulação do sangue e impedir que este coagule no dialisador. Dentro do dialisador, uma membrana porosa artificial, cuja composição química é semelhante aos líquidos normais do corpo, separa o sangue do líquido (líquido de diálise). A pressão no compartimento do líquido de diálise é mais baixa do que a do compartimento do sangue, permitindo assim que o líquido, os produtos residuais e as substâncias tóxicas do sangue se filtrem através da membrana que separa ambos os compartimentos. O sangue dialisado (purificado) é devolvido ao organismo.
Durante a sessão de hemodiálise a água utilizada deve ser limpa e livre de impurezas,caso contrário o processo será inútil e provavelmente prejudicial. No entanto, existem várias formas de purificar a água, sendo o processo de coagulação (floculação) o mais utilizado. Neste processo as partículas sólidas aglomeram-se em flocos para que sejam removidas mais facilmente. Este processo consiste na formação e precipitação de hidróxido de alumínio (Al2(OH)3) que é insolúvel em água e “carrega” as impurezas para o fundo do recipiente.
Primeiramente, o pH da água tem que ser elevado pela adição ou de uma base directamente, ou de um sal básico. Ex: (carbonato de sódio):
· Base: NaOH(s) → Na+(aq) + OH-(aq)
· Sal básico: Na2CO3(s) → 2 Na+(aq) + CO32-(aq)
o CO32-(aq) + H2O(l) → HCO3-(aq) + OH-(aq)

Após o ajuste do pH, adiciona-se o sulfato de alumínio, que irá dissolver-se na água e depois precipitar na forma de hidróxido de alumínio.
· Dissolução: Al2(SO4)3(s) → 2 Al3+(aq) + 2 SO43-(aq)
· precipitação: Al3+(aq) + 3 OH-(aq) → Al(OH)3(s)
Sedimentação: os flocos formados vão sedimentando, e a água fica livre de todas as impurezas.




Curiosidades:

O "caso" da Hemodiálise no Hospital de Évora


Há 15 anos atrás, no Hospital de Évora,aconteceu uma tragédia relacionada com a Hemodiálise. 25 doentes morreram devido ao excesso de Alumínio na água utilizada na Hemodiálise.
Esse excesso de Alumínio leva-nos a deduzir que o Hospital de Évora errava no processo de purificação da água a ser utilizada: a quantidade de sulfato de alumínio adicionada à água era em excesso, ficando iões Al3+ em solução na água, que depois eram absorvidos para o sangue dos pacientes, provocando a sua morte.
Apesar da gravidade, o tribunal condenou APENAS um médico a 3 anos de prisão por negligência médica!


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Purifica%C3%A7%C3%A3o_de_%C3%A1gua
http://www.nefroclinica.med.br/home/hemodialise
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D149%26cn%3D1183
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=279

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Células utilizadas em pacemakers

O que é um Pacemaker?




Bem, traduzindo à letra significa "marcapasso cardiaco".

No entanto, o Pacemaker é um dispositivo de reduzidas dimensões, construído em metal e plástico e constituido por uma bateria e diversos circuitos eléctricos. É ligado ao coração por um ou mais fios metálicos aos quais chamamos eléctrodos, de forma a exercer a sua função que é produzir estímulos eléctricos de modo a tratar ritmos cardíacos anormais.


O pacemaker é, basicamente, uma fonte de energia (bateria ou “pilha”) com um sistema que detecta a actividade eléctrica do coração. No caso de a actividade eléctrica não ocorrer como é necessário, faz uma estimulação do coração para que ele contraia. Para isso, esta fonte de energia está ligada a electrocateteres que são posicionados no coração para, por um lado, detectarem se houve ou não estímulo eléctrico no coração para gerar, normalmente, a contracção do coração e, no caso de não ter havido esse estímulo eléctrico, fazer a respectiva estimulação.

Estes pequenos aparelhos, que ajudam os pacientes que sofrem de problemas cardíacos a sobreviver, eram alimentados pioneiramente por pilhas de mercúrio, mas devido ao seu pouco tempo de duração, foram substituídas na década de 70, pelas Pilhas de Lítio.




Pilha de Mercúrio



  • tamanho reduzido;


  • tipo botão;


  • f.e.m = 1.3 v;


  • é estável por períodos de tempo longos.


O Ânodo é o Zinco. O cátodo é constituído por aço em contacto com o óxido de mercúrio (II) (HgO) em meio alcalino KHO e Zn(HO)2.

O zinco é oxidado no ânodo e o HgO é reduzido no cátodo:

Reacção Anódica: Zn (s) + 2 OH-(aq) -> ZnO(s) + H2O(l) + 2 e-

Reacção catódica: HgO (s) + H2O(l) + 2 e- -> Hg (l) + 2 OH-(aq)



Pilha de Lítio





  • pilas de longa duração (podem durar mais de 10 anos);


  • o número de substituições ao longo da vida do paciente é menor que nas de mercúrio;


  • tem uma maior voltagem (3v) e por isso são mais potentes;


  • é leve;


  • dá electrões facilmente.

    O Ânodo destas pilhas é o Litio.

    Reacção anódica:Li -> Li+ + e-
    Reacção catódica: MnO2 + Li+ + e- -> MnO2(Li)

Fontes:

http://portugal.arrhythmia-europe.eu/docs/Pacemaker%20%20Booklet%20-%20Portguguese.pdf5.12.07wjh.pdf;

CHANG, Raymond, "Química", McGraw-Hill, 8ªedição;

http://200.220.14.51/revistasocesp/edicoes/volume14/v14_n01_tx12c.asphttp://portugal.arrhythmia-europe.eu/docs/Pacemaker%20%20Booklet%20-%20Portguguese.pdf5.12.07wjh.pdf;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcapasso;http://www.afh.bio.br/cardio/Cardio2.asp;

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Esterilização de material hospitalar

A esterilização de um material corresponde à total eliminação de vida microbiológica ou redução da população de uma colónia. Todavia, difere de processos como a limpeza e a assepsia. Por exemplo, se lavarmos uma tesoura cirurgica, ela ficará limpa. No entanto, para esterilizá-la é necessário que esta seja submetida ao calor durante um determinado tempo, até destruir todas as bactérias, seus esporos, vírus e fungos. Uma vez que após a esterilização o material, supostamente estéril, ainda possui uma porção mínima de bactérias, este é colocado com uma data de validade e armazenado numa sala com temperatura controlada, isto é, se não for usado neste período, deverá ser esterilizado novamente. Quanto maior for a temperatura, menor é o tempo de exposição do material, isto referindo-se à esterilização a vapor.

Actualmente, existem dois tipos de temperaturas, 121ºC e de 134ºC em autoclaves, para manter a segurança e aumentar a confiabilidade. Já que no fim do processo o material não deve sair molhado deste tipo de equipamento, a autoclave tem a particularidade de conter duas câmaras, uma externa e outra interna. O material fica na interna, onde a pressão é menor, ficando deste modo exposto à temperatura da câmara exterior, que se encontra a uma maior pressão.


Exlicação do processo de autoclavagem:


A autoclavagem consiste na exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121ºC durante 15 min. Deve ser realizado no vácuo para permitir que a temperatura não seja inferior à desejada, de forma a permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria. Os autoclaves de parede simples (que são mais rudimentares) ou de parede dupla permitem uma melhor extracção do ar assim como uma melhor secagem, como referi anteriormente.


Vantagens da utilização da autoclave:



  • fácil uso;


  • custo acessível para grandes hospitais.

Desvantagens da utilização da autoclave:




  • não serve para esterilizar pós e líquidos.

Ebulição:


A ebulição não constitui em verdadeiro método de esterilização, pois não elimina formas resistentes microbiológicas, uma vez que a sua condição minima é a fervura a 100ºc durante 15 min.


Assim, é de concluir que o processo de autoclavagem, é o processo mais indicado para obter uma esterilização de materiais com confiabilidade e segurança.

Fontes:

terça-feira, 7 de outubro de 2008

As unidades do S.I.



· O que é o “ Sistema Internacional de Unidades”?


Pois bem, para quem nunca ouviu falar ou já ouviu e não sabe em que consiste, passo a explicar: o Sistema Internacional de Unidades (sigla: SI) é um conjunto de definições utilizado em quase todo o mundo moderno que visa uniformizar e facilitar as medições.

· Um pouco de história…


Para facilitar transações comerciais, intercâmbios e outro tipo de relações entre os diversos países tornou-se necessária uma padronização/unificação, ou seja, a escolha de unidades para cada grandeza, mas universais. Pois até finais do século XVIII, antes da instituição do Sistema Métrico Decimal, as medidas eram definidas de forma arbitrária, o que aumentava o número de nomes chamados às mesmas grandezas e só confundia! Os nomes das unidades de comprimento, por exemplo, eram quase sempre provenientes das diferentes partes do corpo do rei de cada país: a jarda, o pé, a polegada e outras. Até hoje, estas unidades são usadas nos Estados Unidos da América, embora definidas de uma maneira menos individual, mas através de padrões restritos às dimensões do meio em que vivem e não mais as variáveis desses indivíduos.
No entanto, essa padronização só foi possível após alguns procedimentos, nomeadamente o estudo do estabelecimento de uma regulamentação completa das unidades de medida; a realização de um inquérito oficial sobre a opinião dos meios científicos, técnicos e pedagógicos de todos os países e ainda a emição de recomendações pertencentes ao estabelecimento de um sistema prático de unidades de medidas, susceptível de ser adoptado por todos os países signatários da Convenção do Metro. Foram também fixados princípios gerais para a grafia dos símbolos de unidades e uma lista de unidades com nomes especiais.
Só então, é que decidiram adoptar como unidades de base, as unidades das setegrandezas seguintes: comprimento, massa, tempo, intensidade de corrente eléctrica, temperatura termodinâmica, quantidade de matéria e intensidade luminosa.

· Unidades básicas do S.I.




As unidades básicas do SI têm a característica de serem dimensionalmente independentes entre si.

As outras unidades que existem surgem a partir das unidades básicas do S.I.


· Unidades derivadas do sistema internacional



Todas as unidades existentes podem ser derivadas das unidades básicas do SI. Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI apenas aquelas que podem ser expressas através das unidades básicas do SI e sinais de multiplicação e divisão, ou seja, sem qualquer factor multiplicativo ou prefixo com a mesma função. Desse modo, há apenas uma unidade do SI para cada grandeza. Contudo, para cada unidade do SI pode haver várias grandezas. Às vezes, dão-se nomes especiais para as unidades derivadas.

No SI distinguem-se duas classes de unidades:
- Unidades de base;
- Unidades derivadas.

Sob o aspecto científico, a divisão das unidades SI nessas duas classes é arbitrária porque não é uma imposição da física.



Fontes: